A mudança do calendário nacional (parte 1)
Tem sido o assunto de todos os campeonatos brasileiros nos últimos 5 anos. Os brasileiros perdem jogadores para os europeus e reclamam. A CBF vê seu campeonato dividido em dois, a saída de jogadores importantes no meio dele e a impotência financeira do país frente aos gigantes que dominam o futebol mundial. Por isso, a maioria dos clubes e o eterno presidente da CBF, Ricardo Teixeira, retomam o tema da mudança no calendário todo Brasileirão que começa.
Seu Teixeira, dessa vez, quer fazer a mudança para o ano que vem, como ainda fase de "teste" (como foram os pontos corridos...) para depois oficializar a mudança. Para o presidente, o possível novo calendário valorizaria a Copa do Brasil, fazendo com que a competição pudesse contar com todos os clubes, inclusive os que disputam a Libertadores. Mas os entraves são grandes, a resistência de importantes clubes, como o São Paulo, e os contratos de TV pré-assinados dificultam as mudanças a curto prazo.
- "O grande problema para alterarmos o calendário é a falta de unidade. Nem todo mundo é a favor. O São Paulo, por exemplo, é contra, enquanto outros clubes são a favor. Temos que ouvir também os patrocinadores, sem falar nas federações." Diz ao Globoesporte.com. "Não podemos fazer em cima dos joelhos. Já falei há uns dois anos que se dependesse somente de mim mudaria com uma canetada apenas. Mas a televisão tem os contratos comerciais que não podem ser alterados e precisamos ouvir os clubes também. Vamos estudar os prós e os contras" – afirmou.
Teixeira lembra ainda que a mudança teria consequências culturais no Brasil, já que o campeonato começaria em Agosto e teriam jogos na época do Natal e do Carnaval : "Precisamos ter a consciência de que, mudando o calendário, passaríamos a ter jogos no dia 23 de dezembro e no domingo de Carnaval, com as escolas de samba na avenida. E aqui temos uma particularidade que nenhum outro lugar do mundo tem: os torneios estaduais."
Além disso, o mandatário da CBF se mostra pessimista quanto a mudança resolver o problema da saída de jogadores : "A janela tem uma importância relativa. O que precisa existir é uma mudança estrutural na gestão dos clubes. Muitos vendem seus jogadores para cobrir dívidas. O que não pode acontecer é o que está havendo na Argentina. O campeonato não começou porque os clubes não têm dinheiro para pagar os salários" – completou.
Notas :
- Não perca a parte 2 com opiniões de grandes ex-jogadores e dos clubes; e a parte 1 da série das divisões de base cariocas!!
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